Introdução
O significado da palavra pampa: região plana. A origem da
expressão é quéchua, um idioma sulamericano de origem indígena que também era
utilizado no império dos incas. Abrangendo cerca de 700 mil km², os pampas
brasileiros ocupam aproximadamente 2,4% da vegetação do País. Além disso, estão
presentes na República Oriental do Uruguai, Corrientes, Entrerríos, Santa Fé,
La Pampa, províncias de Buenos Aires e no Rio Grande do Sul. Sua localização
fica entre o 30º e o 34º na latitude sul e 63° e 57° na latitude oeste.
Localização
Figura 1 AMBIENTE, Ministério do Meio. Pampa. Disponível
em: <http://www.mma.gov.br/biomas/pampa>. Acesso em: 25 nov. 2008
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O Pampa está restrito
ao estado do Rio Grande do Sul, onde ocupa uma área de 176.496 km² (IBGE,
2004). Isto corresponde a 63% do território estadual e a 2,07% do território
brasileiro.
Trata-se de um patrimônio natural, genético e cultural de
importância nacional e global.
Também é no Pampa que fica a maior parte do aquífero
Guarani.
O Pampa é uma das áreas de campos temperados mais
importantes do planeta.
Na América do Sul, os campos e pampas se estendem por uma
área de aproximadamente 750 mil km2, compartilhada por Brasil, Uruguai e
Argentina.
No Brasil, o bioma Pampa está restrito ao Rio Grande
do Sul, onde ocupa 178.243 km2 – o que corresponde a 63% do território estadual
e a 2,07% do território nacional.
Cerca de 25% da superfície terrestre abrange
regiões cuja fisionomia se caracteriza pela cobertura vegetal como predomínio
dos campos – no entanto, estes ecossistemas estão entre os menos protegidos em
todo o planeta.
Degradação e Preservação
A progressiva introdução e expansão das monoculturas e das pastagens com espécies exóticas têm levado a uma rápida degradação e descaracterização das paisagens naturais do Pampa. Estimativas de perda de hábitat dão conta de que em 2002 restavam 41,32% e em 2008 re
Figura 2 AMBIENTE, Ministério do Meio. Pampa. Disponível
em: <http://www.mma.gov.br/biomas/pampa>. Acesso em: 25 nov. 2008
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A perda de biodiversidade compromete o potencial de desenvolvimento sustentável da região, seja perda de espécies de valor forrageiro, alimentar, ornamental e medicinal, seja pelo comprometimento dos serviços ambientais proporcionados pela vegetação campestre, como o controle da erosão do solo e o sequestro de carbono que atenua as mudanças climáticas, por exemplo.
Em relação às áreas naturais protegidas no Brasil o Pampa é o bioma que menor tem representatividade no Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), representando apenas 0,4% da área continental brasileira protegida por unidades de conservação. A Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), da qual o Brasil é signatário, em suas metas para 2020, prevê a proteção de pelo menos 17% de áreas terrestres representativas da heterogeneidade de cada bioma.
As “Áreas Prioritárias para Conservação, Uso Sustentável e Repartição de Benefícios da Biodiversidade Brasileira”, atualizadas em 2007, resultaram na identificação de 105 áreas do bioma Pampa, destas, 41 (um total de 34.292 km2) foram consideradas de importância biológica extremamente alta.
Estes números contrastam com apenas 3,3% de proteção em unidades de conservação (2,4% de uso sustentável e 0,9% de proteção integral), com grande lacuna de representação das principais fisionomias de vegetação nativa e de espécies ameaçadas de extinção da fauna e da flora. A criação de unidades de conservação, a recuperação de áreas degradadas e a criação de mosaicos e corredores ecológicos foram identificadas como as ações prioritárias para a conservação, juntamente com a fiscalização e educação ambiental.
O fomento às atividades econômicas de uso sustentável é
outro elemento essencial para assegurar a conservação do Pampa. A
diversificação da produção rural a valorização da pecuária com manejo do campo
nativo, juntamente com o planejamento regional, o zoneamento
ecológico-econômico e o respeito aos limites ecossistêmicos são o caminho para
assegurar a conservação da biodiversidade e o desenvolvimento econômico e
social.
Projeto de Monitoramento do Desmatamento nos Biomas Brasileiros por Satélite
O Ministério do Meio Ambiente - MMA e o Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA firmaram acordo de
cooperação em 2008, para a realização do Programa de Monitoramento do
Desmatamento nos Biomas Brasileiros por Satélite, que conta com o apoio do
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - PNUD. Este programa
consiste na realização do monitoramento sistemático da cobertura vegetal dos
biomas Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal, a fim de
quantificar desmatamentos de áreas com vegetação nativa, para embasar ações e
políticas de prevenção e controle de desmatamentos ilegais nestes biomas, além
de subsidiar políticas públicas de conservação da biodiversidade e de mitigação
da mudança do clima. O projeto tem como referência os Mapas de Cobertura
Vegetal dos Biomas Brasileiros, produzidos pelo MMA/PROBIO, em 2007. Os
primeiros produtos deste projeto estão disponibilizados neste site,
referentes ao mapeamento de 2002-2008
Pesquisa realizada recentemente
Foram realizadas recentemente pesquisas relacionadas a
espécies de anuros no Bioma Pampas Brasileiro. Foram concluídos que há riqueza
e abundância de espécies de anuros. Ao longo das duas áreas, foram registradas
24 espécies distribuídas em 12 gêneros e cinco famílias.
Neste estudo foram apresentadas informações sobre a
estrutura e a organização espacial das comunidades de anuros de duas das quatro
regiões fisiográficas em que o bioma é dividido. Foram amostrados dez corpos
d’água em cada região entre os meses de setembro de 2011 e agosto de 2012.
Foram registradas 24 espécies caracterizadas como generalistas, de ampla
distribuição e típicas de ambientes abertos. A curva de acumulação de espécies
apresentou a formação de uma assíntota após o 12° mês de amostragem. A análise
de similaridade mostrou uma segregação na estrutura das duas comunidades, que
foram influenciadas pelos descritores ambientais e da paisagem.
LIPINSKI, Victor M.; SANTOS,
Tiago G. dos. Estrutura e organização espacial de duas comunidades de anuros do
bioma Pampa. Iheringia:
Serie Zoologia, Porto Alegre, v. 4, n.
104, p.462-469, 18 jul. 2014.
Fauna
A fauna do bioma Pampa é muito rica e diversa, caracterizada
por uma grande variedade de aves, mamíferos, artrópodes, répteis e anfíbios.
A fauna é expressiva, com quase 500 espécies de aves, dentre
elas a ema (Rhea americana), o perdigão (Rynchotus rufescens), a perdiz
(Nothura maculosa), o quer-quero (Vanellus chilensis), o caminheiro-de-espora
(Anthus correndera), o joão-de-barro (Furnarius rufus), o sabiá-do-campo (Mimus
saturninus) e o pica-pau do campo (Colaptes campestres). Também ocorrem mais de
100 espécies de mamíferos terrestres, incluindo o veado-campeiro (Ozotoceros
bezoarticus), o graxaim (Pseudalopex gymnocercus), o zorrilho (Conepatus
chinga), o furão (Galictis cuja), o tatu-mulita (Dasypus hybridus), o preá
(Cavia aperea) e várias espécies de tuco-tucos (Ctenomys sp). O Pampa abriga um
ecossistema muito rico, com muitas espécies endêmicas tais como: Tuco-tuco
(Ctenomys flamarioni), o beija-flor-de-barba-azul (Heliomaster furcifer); o
sapinho-de-barriga-vermelha (Melanophryniscus atroluteus) e algumas ameaçadas
de extinção tais como: o veado campeiro (Ozotocerus bezoarticus), o
cervo-do-pantanal (Blastocerus dichotomus), o caboclinho-de-barriga-verde
(Sporophila hypoxantha) e o picapauzinho-chorão (Picoides mixtus) (Brasil,
2003)
Na região do pampa,
encontram-se diversos animais ameaçados de extinção. Entre eles estão:
tamanduá, caxinguelê, preguiça-de-coleira, espécies de saguis,
mico-leão-dourado, guariba, macaco-prego, jaguatirica, onça pintada, entre
outros. As aves em risco de extinção são: gaturamos, saíras,tucanos, beija-flores, sanhaço, araponga, tié-sangue,
jacutinga, macuco e o jacu.
Bibliografias
SKYSCRAPERCITY.COM. Pequena coletânea de paisagens fotografadas por mim. Disponível em: <http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=1510425&page=2>. Acesso em: 12 ago. 2007.
CRUZ, Leandro. Modelagem e Visualização de Terrenos baseada em Fotografias. Disponível em httpw3.impa.brlcruzcoursespibdimgbiomas_brasileirospampas.html. Acesso em 26 nov. 2010.
BRASIL, Mochileiro Descobrindo O. Bioma Pampa. Disponível em: <http://mochileiro.tur.br/biomapampa.htm>. Acesso em: 22 fev. 2015.
ESCOLAR, Grupo. Pampas. Disponível em: <http://www.grupoescolar.com/pesquisa/pampas-campos.html>. Acesso em: 26 jan. 2015
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